EUA acusa Maduro e outras autoridades da Venezuela de utilização de criptomoedas para atividade criminosa
Nesta quinta-feira (26), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos alegou que vários líderes venezuelanos, incluindo o presidente Nicolás Maduro, utilizaram sistemas financeiros, escritórios políticos e criptomoedas para ocultar atividades criminosas por mais de 20 anos.
A justiça dos EUA acusou Maduro e mais 14 autoridades por crimes relacionados ao narcoterrorismo, corrupção e tráfico de drogas.
De acordo com o procurador-geral dos EUA, William P. Barr, Maduro e vários colegas do alto escalão fizeram com que toneladas de cocaína entrassem e devastassem comunidades americanas com a ajuda de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), um grupo reconhecido como organização terrorista.
“O anúncio de hoje está focado em erradicar a extensa corrupção no governo venezuelano — um sistema construído e controlado para enriquecer os que estão nos mais altos níveis do governo. Os Estados Unidos não permitirão que essas autoridades venezuelanas corruptas usem o sistema bancário dos EUA para transferir seus lucros ilícitos da América do Sul nem para promover seus esquemas criminais”, destacou Barr.
Geoffrey S. Berman, procurador dos EUA, disse que Maduro e outros réus pretendiam “inundar os Estados Unidos com cocaína”, visando prejudicar a saúde e o bem-estar do país.
“Maduro colocou deliberadamente a cocaína como arma. […] os acusados traíram o povo venezuelano e corromperam as instituições venezuelanas para enfileirar seus bolsos com dinheiro das drogas”, afirmou Berman.
Alysa D. Erichs, diretora-executiva interina da Homeland Security Investigations (HSI), disse que a acusação da justiça dos EUA mostra o compromisso da HSI em erradicar aqueles que “exploram sistemas financeiros e se escondem atrás de criptomoedas para promover sua atividade criminosa ilícita.”
Erichs enfatizou que espera que essa acusação seja um lembrete de que ninguém está acima da lei, “nem mesmo oficiais políticos poderosos.”
O comunicado não detalha como o presidente da Venezuela e outros acusados utilizavam as criptomoedas para ocultar atividades ilícitas, nem citam a Petro (moeda virtual da Venezuela).
Outra acusação
Em outra acusação, no Distrito Sul de Nova York, o Superintendente de criptomoedas da Venezuela (Sunacrip), Joselit Ramirez Camacho, é acusado de se envolver em uma série de crimes para evitar sanções impostas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) contra Nicolás Maduro.