Ouro tropeça como ativo de refúgio e registra pior semana desde 2011
A pressão de venda em mercados do mundo todo também se espalhou para o ouro, à medida em que o dólar mais alto tornou o metal menos atraente para os investidores.
O ouro está registrando sua pior semana desde 2011, com uma queda de mais de 9% desde segunda-feira (9).
Somente nas últimas 24 horas, o metal teve uma queda de mais de 3% em seu preço.
Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics, informou ao Marketwatch:
“Parece que os investidores estão vendendo ouro para cobrir perdas em outros lugares. […] A ampla liquidez no mercado de ouro significa que a venda de participações em ouro é uma maneira relativamente rápida e contínua de levantar dinheiro em momentos de necessidade”.
Na pressa para levantar caixa e cobrir as perdas nos mercados financeiros, os investidores retiraram seu dinheiro do ouro, que até então era visto como uma reserva de valor em momentos de tensões globais e volatilidade do mercado.
O ouro iniciou a semana sendo negociado a US$1.690 por onça. No entanto, o ativo acompanhou as quedas do mercado financeiro e nesta sexta-feira (13) viu seu preço chegar a US$1.521.
Matthew Miller, analista de mercado de ouro e ações da CFRA em Denver, disse ao Bloomberg que há muita venda de todos os ativos líquidos para as “chamadas de margem”.
A fuga do ouro está tirando o metal de seus status tradicional de porto seguro, demonstrando o quão extrema tem sido a pressão de venda em todos os os mercados. O petróleo e as ações globais, por sua vez, tiveram uma semana turbulenta com os temores em relação ao coronavírus.
Apesar da liquidação desta semana, a expectativa é de que os preços subam lentamente.
Daniel Hynes, estrategista sênior de commodities, disse que o ouro pode ser uma boa aposta no médio prazo.