Coronavírus pode acelerar a criação da moeda digital da China, afirma ex-presidente do banco central chinês
O ex-presidente do Banco Popular da China, Lihui Li, afirmou que os esforços para combater e evitar a disseminação do coronavírus podem acelerar o plano do banco central chinês de criar sua própria moeda digital (CBDC).
Em entrevista ao portal China Daily, Li disse que a eficiência, o custo-benefício e a conveniência das moedas virtuais tornam elas mais desejáveis durante uma epidemia.
Ainda não é claro por quanto tempo o coronavírus é capaz de sobreviver na superfície de um papel moeda. No entanto, as autoridades da China afirmaram que ele é transmitido pelo contato entre pessoas e gotículas infectadas, de modo que cada vez mais as pessoas estão reduzindo os pagamentos com dinheiro físico e optando por transações digitais.
Com o coronavírus em um estágio crítico, o Banco Central da China (PBOC) ordenou que todo o papel moeda em locais com alta exposição ao vírus fosse retirado de circulação e destruído.
Os bancos comerciais do país foram instruídos a separar todas as notas de yuan, desinfetá-las e entregá-las ao PBOC.
O banco central chinês está utilizando luz ultravioleta e altas temperaturas para desinfetar as notas de yuan. Em seguida, a instituição armazena o papel moeda por 14 dias antes de colocá-lo novamente em circulação.
De acordo com o PBOC, entre 3 e 13 de fevereiro, quase 3 bilhões de yuans em novas notas foram injetados na província de Guangdong, enquanto 7,8 bilhões foram retirados de circulação.
Yang Dong, diretor do Centro de Tecnologia Financeira e Pesquisa de Blockchain do Instituto de Estado de Direito da Universidade Renmin da China, destacou que o impacto da epidemia pode contribuir para acelerar a introdução do Yuan Digital.
“Isso ocorre principalmente porque a frequência do contato direto entre as pessoas foi bastante reduzida e o dinheiro foi ‘excluído’ como meio de transação, reduzindo ainda mais o uso de notas que exigem pagamentos presenciais”.
Para Yang, o momento é propício para pagamentos com uma moeda digital. No entanto, observou que a adoção de uma criptomoeda do banco central ainda depende parcialmente da demanda do mercado de varejo da China, que é dominado pela AliPay e WeChat Pay.