Nova ação contra a 3xBit exige pagamento de R$6 milhões
Empresa pode ser despejada de mais um imóvel por falta de pagamento.
Clientes da exchange de criptomoedas 3xBit estão desde setembro sem conseguir efetuar saques na plataforma.
Os responsáveis pela corretora, Saint Clair de Izidoro e Octavio de Paula Santos, alegam que a empresa está passando por uma reestruturação interna em razão de problemas técnicos, os quais supostamente causaram uma redução drástica no fluxo de caixa.
A empresa, no entanto, não deve apenas para seus clientes: no dia 8 de novembro, um pedido de despejo foi solicitado pela Uati Administração de Bens Ltda. É o segundo no mesmo mês — o primeiro exigiu a saída da 3xBit de sua sede, em Campinas (SP).
A nova ação, no valor de R$6.676.970,00, foi movida contra a Threexbit Serviços Digitais S/A.
O processo iniciou na segunda-feira (11) e o juiz deu um prazo de 15 dias para que o autor recolha as custas processuais a fim de que a ação prossiga. Um parecer sobre o caso será emitido assim que o pagamento for realizado, visto que a solicitação de despejo foi feita sob tutela de urgência.
Em resposta à nossa equipe, a assessoria de imprensa da 3xBit informou que o processo refere-se a um novo projeto sem relação com a corretora.
Além disso, a porta-voz afirmou que o novo negócio não saiu do papel, visto que coincidiu com o problema financeiro que a 3xBit está enfrentando.
A assessoria alegou, ainda, que a corretora buscou fazer uma negociação com o dono do imóvel sem sucesso e continuará tentando resolver a questão.
O imóvel
O imóvel comercial em questão fica no Alphaville, bairro nobre de Campinas, a dois minutos da antiga sede da 3xBit.
A empresa alugou a propriedade há três meses, porém pagou apenas pelo primeiro e começou uma reforma sem a autorização do proprietário. Além disso, segundo nossa fonte, não houve tentativa de negociação.
Despejo da sede
No dia 1 de novembro, o Juiz Herivelto Araujo Godoy, da 8ª Vara Cível de Campinas, determinou que a 3xBit deixasse o imóvel utilizado como sede da empresa no Alphaville Empresarial, em razão de inadimplência.
“Assim, presentes os demais requisitos legais, CONCEDO o pedido liminar, a fim de determinar a desocupação do imóvel em quinze dias. A expedição do mandado de desocupação fica condicionada ao oferecimento de caução no valor equivalente a 3 (três) aluguéis”, deliberou Godoy.
O CEO da exchange, Saint Clair de Souza Izidoro, apareceu como requerido no processo de despejo movido pela LCD Empreendimentos e Participações Ltda., no valor de R$322.650,00.
Após a decisão do juiz, Saint Clair tem 15 dias para apresentar uma defesa e efetuar o pagamento pendente a fim de evitar a rescisão do contrato de locação.
Em nota, a exchange informou que seu Departamento Jurídico está negociando com a imobiliária para quitar os valores em aberto antes de recorrer judicialmente. Além disso, a assessoria alegou que a corretora decidiu mudar de endereço para reduzir custos, pois acredita que “não faz sentido ocupar um prédio de 3 andares inteiros.”
A nova sede, já ocupada, está localizada na Rua Fioravante Basilio Maglio, 204, Vila Nova Valinhos, Campinas.
Atrasos nos pagamentos
A 3xBit protela o pagamento de seus clientes há meses. Quando investidores relataram atrasos para retirar dinheiro da corretora, a justificativa foi de que seu sistema e processos internos estavam sendo otimizados.
No dia 12 de setembro, a corretora prometeu um prazo de até 3 semanas para a regularização dos saques, o qual foi descumprido.
Na tarde desta quarta-feira (13), a 3xBit respondeu à reclamação de um cliente no site Reclame Aqui afirmando que não tem previsão para regularizar o problema.
EletroPay
No início de outubro, a Eletropay, solução chinesa de pagamentos com criptomoedas, foi representada por Saint Clair Izidoro no programa Shark Tank Brasil. A empresa recebeu uma proposta de investimento de R$3,2 milhões que, mais tarde, foi reprovada por conta de um documento não fornecido.
Rodrigo Ambrissi, desenvolvedor da Eletropay, declarou que a companhia não tem vínculos com a 3xBit e apenas concede a ela uma licença de uso da marca e do hardware no Brasil.