Diante de possível crescimento na inflação de mercados globais, Bitcoin poderá ser uma boa oportunidade
Nesta semana, a corretora de criptomoedas BitMEX divulgou um novo relatório analisando o impacto que o coronavírus poderá causar na economia e nos mercados financeiros.
“A resposta ao vírus marcará uma mudança significativa no regime econômico, da política monetária à expansão fiscal financiada pelo banco central”, afirma a pesquisa.
Segundo o relatório, os prejuízos causados pela pandemia podem ser descritos como uma das piores quedas do mercado de ações da história, semelhante à crise financeira de 2008.
Junto aos mercados globais, a B3, bolsa de valores brasileira, tem registrado grandes quedas e períodos de muita volatilidade nas últimas semanas. Isso ocorre em um período de temores, no qual muitos acreditam que nem mesmo a série de medidas anunciadas pelos governos e bancos centrais para combater o impacto do coronavírus será suficiente para evitar uma recessão global.
No início da tarde de ontem (18), o Ibovespa teve seus negócios suspensos após recuar mais de 10%. Essa foi a sexta vez em apenas oito sessões que o chamado circuit breaker foi acionado pela bolsa de valores brasileira.
As paralisações já se igualam às observadas na crise de 2008.
Governos mundiais anunciam cortes nas taxas de juros
Na quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira de 4,25% para 3,75% ao ano. Com essa redução, o juro básico recuou ao menor patamar desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação.
Os Estados Unidos também anunciaram mudanças drásticas no mercado. O Federal Reserve reduziu recentemente as taxas de juros entre 0% e 0,25%.
No entanto, apesar das medidas tomadas pelos bancos centrais, a BitMEX acredita que os governos vão ficar sem espaço de manobra, uma vez que reduzir as taxas de juros poderá levar a população a acumular dinheiro em espécie, ao invés de aumentar os gastos para estimular a economia.
“Governos de todo o mundo devem enfrentar grandes déficits fiscais, não apenas como consequência de maiores exigências de gastos, mas como parte de uma estratégia deliberada para estimular a economia”.
No final, isso pode resultar em um crescimento na inflação.
“Eventualmente, haverá um vencedor claro sob este novo regime: inflação”, destacou o relatório.
O Bitcoin, por sua vez, não corre esse risco, visto que já existe um limite máximo de produção da moeda.
A BitMEX acredita que nesse ambiente, a criptomoeda poderá ter sua maior oportunidade.
Apesar do Bitcoin ter registrado grandes quedas nas últimas semanas, acompanhando os mercados globais, a principal criptomoeda por valor de mercado já está mostrando sinais de recuperação.
Entre o dia 12 de março, quando o BTC era negociado a US$4.156, até as 15h desta quinta-feira, momento em que o preço da moeda chegou a US$6,265, houve um aumento de 50% em seu valor.
Com a sua natureza deflacionária, o Bitcoin poderá brilhar em um momento em que as moedas apoiadas pelos governos poderão sofrer com a inflação.